Crítica da razão cínica

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Partindo de uma reflexão sobre o Crítica da razão pura de Kant, Sloterdijk procura destrinchar e recompor o legado da filosofia ocidental de cunho racionalista e progressista, visando romper os moldes clássicos de argumentação de Adorno e Horkheimer, de Sartre e de Foucault. O autor tem o intuito de desconstruir as raízes do Esclarecimento, que, ao solapar os idealismos vigentes, plantou os alicerces do niilismo moderno e um cinismo generalizado. Na primeira parte da obra, 'Cinco considerações prévias', Sloterdijk procura expor os conceitos de cinismo e kynismos, analisar o legado do Esclarecimento na acepção de Kant e o avento do cinismo na modernidade, rever Nietzsche, se despedir de Adorno e da Teoria Crítica e retomar com Heidegger. Na Segunda Parte, mais extensa, visa discutir o cinismo 'aplicado', estruturando a crítica do cinismo em quatro 'partes principais' - fisionômica, fenomenológica, lógica e histórica -, e apresentar digressões ('Excursos'). Sloterdijk busca se servir de exemplos na cultura dos anos 1920, como dadaísmo, expressionismo, a paradigmática República de Weimar e a cultura proletária da negação burguesa, para questionar o racionalismo reinante que pode ter levado aos excessos ideológicos que marcaram o século XX.